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Mulheres na História – Mary Shelley

    17/06/2025–  MAV – Mulheres na História: O Lado Feminino Não Contado.

    Mary Shelley (1797-1851) E.C.)

    É momento de homenagear uma grande mulher da literatura no nosso quadro Mulheres na História.

    Você provavelmente conhece Frankenstein, mas talvez não soubesse que essa obra-prima foi escrita por uma mulher — Mary Shelley, que tinha apenas 18 anos quando deu vida à sua criação. O título original do livro é Frankenstein ou o Prometeu Moderno, e com ele Mary inaugurou um novo gênero: a ficção científica.

    Mary Wollstonecraft Shelley nasceu em Londres, em 1797. Seu nome talvez soe familiar também por ser filha de Mary Wollstonecraft, uma das primeiras feministas da história e autora do influente livro Reivindicação dos Direitos da Mulher (1792).

    A vida de Mary foi marcada por dois elementos profundos: tradição de liberdade intelectual e trágicas perdas pessoais. Sua mãe faleceu apenas dez dias após seu nascimento. Criada pelo pai, o filósofo William Godwin, e pela meia-irmã, Mary cresceu em um ambiente com forte influência política e intelectual. Embora não tenha recebido a educação formal sonhada por sua mãe, seu pai proporcionou a ela um nível de instrução muito superior ao que era comum às mulheres da época.

    Ainda jovem, Mary conheceu o poeta Percy Shelley. A relação dos dois começou de forma intensa e fora dos padrões: ela engravidou antes do casamento e, influenciada pelas ideias de liberdade e rompimento com as convenções, só se casou com Percy anos depois, por questões legais relativas à guarda dos filhos dele com a ex-esposa.

    As tragédias continuaram a marcar sua vida. A primeira esposa de Percy morreu por suicídio, assim como a meia-irmã de Mary. Sua primeira filha morreu poucos dias após o nascimento. Dos quatro filhos do casal, apenas um sobreviveu. Mais tarde, Percy também morreria tragicamente em um naufrágio, deixando Mary viúva aos 24 anos, com um filho pequeno, poucos recursos e a responsabilidade de sustentar a família sozinha.

    Foi então que Mary se firmou como escritora profissional. A escrita se tornou seu sustento e sua força. Publicou contos, romances, diários de viagem, biografias e atuou como editora, inclusive das obras de Percy Shelley. Embora por muito tempo tenha sido lembrada apenas como “a esposa de um poeta” ou “a autora de Frankenstein”, Mary construiu uma carreira literária sólida, ousada e rica.

    Sua produção traz temas que vão além do terror e da ciência — ela abordava o papel da mulher, as injustiças sociais, os dilemas políticos e morais, e os conflitos de uma época que ela desafiou com sua própria existência.

    Mary Shelley morreu aos 53 anos, vítima de um tumor cerebral. Seu desejo era ser enterrada ao lado de seus pais e dos filhos que perdeu. E embora sua vida tenha sido curta, seu legado é imenso.

    Mary foi mais do que uma escritora: foi uma mulher livre, visionária e à frente de seu tempo. E sua história — como sua obra — continua viva, inspirando novas gerações a pensarem, criarem e resistirem.

    Até a próxima História!

    Referências: 

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Mary_Shelley

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