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Artigo MAV: Liderança Generativa

    25/02/2025– No MAV (Mulheres de Alto Voo), utilizamos a metodologia de Liderança Generativa, uma abordagem americana desenvolvida por Robert Dunham, um profissional com mais de 40 anos de experiência no Vale do Silício.

    Essa metodologia parte do princípio de que a liderança não é exclusiva das organizações, nem restrita a líderes de negócios ou gestores de pessoas. Pelo contrário, entendemos a liderança como um processo que nos acompanha ao longo de toda a nossa vida.

    Segundo Bob Dunham: “O/a líder é um ser humano em uma jornada de vida” (Summit 2024)

    A liderança, nessa perspectiva, está intrinsecamente ligada à nossa existência. O simples ato de existir nos convida a assumir as rédeas de nossas vidas, tomar decisões conscientes e buscar o autoconhecimento. Dessa forma, todos somos líderes em algum grau. Quer gostemos ou não desse papel, e independentemente de quão bem o desempenhamos, estamos continuamente envolvidos no processo de liderar nossas próprias escolhas e caminhos.

    Neste artigo, queremos aprofundar o conceito de liderança generativa no contexto das organizações. Antes disso, é importante esclarecer um termo que acompanha a palavra liderança: generativa.

    De acordo com a nossa abordagem, liderança pode ser simplesmente escolher e conduzir a própria vida. No entanto, para ser uma verdadeira liderança, ela precisa ser generativa. O termo “generativa” deriva de gerar, ou seja, produzir, criar, trazer algo à existência. Liderar de forma generativa significa gerar resultados, respostas e tomar ações concretas. Afinal, acreditamos que não é possível liderar sem agir, sem ser um agente ativo no próprio processo de liderança.

    Nesse sentido, o/a líder é aquela pessoa capaz de gerar resultados, seja em sua vida pessoal ou no âmbito organizacional.

    Quando voltamos nosso olhar para as organizações, compreendemos que liderança não se limita a ocupar um escritório no andar mais alto de um prédio (algo que ainda simboliza ascensão em algumas corporações), nem a ter um salário mais alto, nem a ser a pessoa que “manda” e decide sozinha sobre números e metas.

    Dentro da perspectiva de uma Liderança Generativa, a pessoa que assume o papel de líder é, antes de tudo, uma facilitadora de processos coletivos. É como um guia, responsável por conduzir a equipe ou a organização na jornada rumo a um objetivo comum. Esse/a líder inspira, escuta e dialoga com a equipe, com o propósito de alinhar todos em direção ao resultado desejado.

    Importante ressaltar que esse resultado não deve ser imposto, nem decidido exclusivamente por um grupo de executivos em andares superiores. Ele precisa ser construído de forma colaborativa, como um acordo genuíno entre os membros do time. E aqui cabe a reflexão: por que enfrentamos tantas dificuldades em engajar pessoas em seus trabalhos hoje em dia? Será que é realmente uma questão geracional ou, talvez, um problema das próprias organizações, que não criam espaços para conversas abertas e significativas com seus colaboradores?

    O papel do/a líder é facilitar a navegação da equipe em direção a esse resultado comum, que foi acordado em conjunto e está alinhado com os objetivos da organização. Quando as organizações falham em criar esses espaços de alinhamento e diálogo, vemos reflexos claros: altos índices de desmotivação, rotatividade, absenteísmo e até queda na produtividade.

    Portanto, a liderança é um fator determinante para qualquer resultado que uma organização almeja alcançar. E ela vem acompanhada de uma preparação adequada deste/a líder.

    O que a liderança inclusiva tem a ver com tudo isso?

    Nossas ideias, muitas vezes, são influenciadas por nossas experiências, contextos e pelos pontos cegos que eles criam. Isso inclui os vieses de confirmação e de afinidade, que nos levam a enxergar apenas aquilo que reforça nossas crenças e a nos conectar mais facilmente com quem é semelhante a nós. Como consequência, acabamos percebendo algumas coisas, enquanto outras passam despercebidas.

    O mesmo ocorre nas organizações. Quando temos equipes de liderança mistas, compostas por pessoas de diferentes origens e experiências, abrimos espaço para novas perspectivas e formas de atuação. Isso amplia, por exemplo, nossa compreensão sobre quem são realmente os nossos clientes. Por outro lado, ao contratar e formar equipes de maneira homogênea, a probabilidade de termos as mesmas ideias aumenta — e, com as mesmas ideias, não há como inovar ou alcançar resultados diferentes.

    A liderança feminina, por sua vez, vai além de uma questão de equidade. Não se trata apenas de reconhecer que as mulheres estão tão bem-preparadas quanto seus colegas homens. Segundo dados do IBGE do último censo, as mulheres apresentam, em média, uma preparação educacional superior à dos homens. Isso pode ser reflexo das exigências maiores que recaem sobre elas para alcançar determinadas posições, em comparação ao que se espera dos homens.

    Por isso, a liderança dentro das organizações é fundamental, mas não qualquer tipo de liderança. Precisamos de uma liderança que promova diálogo, alinhe expectativas, estabeleça responsabilidades claras e oriente o time na busca por resultados concretos. Uma liderança que facilite tanto os processos coletivos quanto os individuais.

    Então, fica a pergunta: sua liderança está preparada para enfrentar os desafios do presente e do futuro?

    Referências:

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