
06/05/2025 – Dica de Filme MAV: Conclave
Em janeiro de 2025, o filme Conclave estreou nos cinemas brasileiros. Mas por que demoramos tanto em MAV para recomendar este filme, e por que estamos recomendando agora?
Com a recente morte do Papa Francisco, este filme se torna não apenas relevante pelos diálogos e reflexões que suscita, mas também como uma importante fonte de informação para quem deseja entender como funciona a escolha de um novo Papa, independentemente da religião que você pratique.
O filme, por si só, possui um roteiro brilhante, tanto que venceu os principais prêmios de cinema em 2025, como o Oscar, o Globo de Ouro e o BAFTA, na categoria de melhor roteiro. A história começa com a morte do Papa e segue os eventos subsequentes, incluindo a disputa entre quatro candidatos principais ao cargo mais importante do catolicismo. A trama se desenrola para um final surpreendente, embora o diretor forneça pistas ao longo do filme de que tal desfecho poderia ocorrer. Mesmo assim, jamais imaginamos as nuances que ele nos apresenta.
Além do roteiro excepcional, destacamos a fotografia do filme, a escolha das cores, a posição dos atores e figurantes, a música e os detalhes que acompanham algumas cenas. Tudo isso faz com que nos sintamos diante de um quadro vivo. São inesquecíveis cenas como a dos cardeais com seus guarda-chuvas, as filmagens dos personagens nos corredores entre as grandes colunas e as cenas dos cardeais com os mantos para a primeira votação. Uma verdadeira obra de arte.
Outro ponto que torna o filme fascinante são as discussões morais e éticas, que se aproximam de questões que estamos enfrentando na realidade. Elas nos levam a refletir sobre o poder, as necessidades e as motivações humanas. Entre os personagens, há aqueles que desejam o papado apenas para disseminar suas ideias ou exercer controle sobre os outros, enquanto outros acreditam que podem fazer a diferença no mundo com esse poder. Há ainda aqueles que buscam o poder por ego ou por acharem que têm o direito de ocupá-lo.
Alguns diálogos chamam a atenção. Quando o decano Lawrence, interpretado por Ralph Fiennes, faz o discurso de abertura das votações, ele diz o seguinte:
“Há um pecado que eu passei a temer acima de todos os outros. A certeza. A certeza é o grande inimigo da unidade. A certeza é o mortal inimigo da tolerância. Nem mesmo Cristo teve certeza no final. Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Ele gritou em sua agonia, na nona hora na cruz.”
Em outra fala do personagem principal, o filme aborda temas como a tolerância e a diversidade, como sendo de suma importância para a humanidade:
“Paulo nos lembra que o presente de Deus para a Igreja é a sua variedade. É essa variedade, essa diversidade de pessoas e pontos de vista, que dá à nossa Igreja sua força.”
Não vamos dar mais spoilers. Você precisa assistir. Preste atenção nos diálogos, nas cenas fotográficas, nas discussões morais e éticas. Esses elementos tornam o filme uma experiência imperdível.
Até a próxima dica!