
15/04/2025– MAV – Mulheres na História: O Lado Feminino Não Contado.
Lavinia Fontana (1552-1614 E.C.)
Nesta edição do Mulheres na História, exploramos a trajetória de Lavinia Fontana, uma artista renascentista nascida em Bolonha, Itália. Quando pensamos na arte do Renascimento, os nomes que costumam vir à mente são Leonardo da Vinci, Michelangelo, Botticelli e Donatello – todos homens. Mas Lavinia desafiou as normas e se tornou uma das primeiras mulheres a viver da própria arte.
Naquela época, a educação feminina era vista como um risco. Apesar do Renascimento ter sido um período mais aberto e criativo, as mulheres ainda enfrentavam grandes restrições. O estudo da arte e da anatomia, essenciais para a pintura, era proibido para elas. Enquanto Da Vinci desenvolvia suas técnicas baseando-se em dissecações de corpos humanos, as mulheres não tinham esse mesmo acesso.
No entanto, Lavinia teve uma vantagem rara: seu pai, Prospero Fontana, era um artista renomado e dono de um ateliê. Ele reconheceu o talento da filha e decidiu treiná-la, mesmo que a sociedade não permitisse seu aprendizado formal. Eventualmente, Lavinia assumiu o ateliê do pai, tornando-se a primeira mulher a receber pagamento por suas pinturas e a gerir seu próprio negócio de arte. Segundo biógrafos renascentistas, ela recebia valores iguais ou até superiores aos de seus colegas homens.
Seu talento foi amplamente reconhecido pela aristocracia italiana, e Lavinia se tornou pintora oficial da corte do Papa Clemente VIII, que a convidou para trabalhar em Roma após a morte de seu pai.
Mas sua história de independência não parou por aí. Lavinia se casou com Gian Paolo Zappi, também artista, que não apenas a auxiliava no ateliê, mas assumia a administração da casa e das tarefas domésticas como parte do contrato de casamento – uma ideia de seu pai –, ele também cuidava da negociação das vendas de suas obras, já que mulheres não podiam realizar transações comerciais.
Lavinia foi a primeira mulher a pintar nus femininos e a produzir obras de grande escala fora dos conventos. Atualmente, há 32 pinturas datadas e assinadas por ela, embora especialistas acreditem que seja autora de mais de 100.
Sua história é um lembrete poderoso de como as mulheres desafiaram barreiras ao longo da história – e continuam a fazê-lo.
Até a próxima História!
Referências:
- Women in Science: 50 feraless pioneers who changed the world – Rachel Ignotofsky (2016)
