25/11/2025– Novembro no Mulheres na História – O Lado Feminino Não Contado
Rita Levi-Montalcini nasceu em 22 de abril de 1909, em Turim, na Itália, junto de sua irmã gêmea, em uma família judia de classe média. Seu pai acreditava que as mulheres deveriam dedicar-se exclusivamente ao casamento e à família — mas Rita ousou desafiar esse destino, insistindo em seguir uma carreira acadêmica. Formou-se em Medicina pela Universidade de Turim em 1936, com especialização em neurologia e psiquiatria. Diferente do esperado para as mulheres de sua época, nunca se casou nem teve filhos, dedicando-se inteiramente à ciência.
Em 1938, com a ascensão do regime fascista de Mussolini, as leis raciais expulsaram judeus de cargos acadêmicos e profissionais. Rita foi obrigada a deixar a universidade e, a partir daí, iniciou um período de fugas e resistência para continuar estudando. Montou, ao lado de seu mentor, laboratórios clandestinos, onde investigava processos de degeneração celular.
Durante a Segunda Guerra Mundial, uniu-se à Cruz Vermelha para cuidar de vítimas, experiência que a levou a concluir que sua verdadeira vocação não era a prática clínica, mas sim a pesquisa científica.
Após a guerra, foi convidada a trabalhar nos Estados Unidos, na Universidade Washington em St. Louis, onde permaneceu por quase 30 anos. Foi lá que realizou a descoberta que marcaria sua carreira: o Fator de Crescimento Neural (NGF – Nerve Growth Factor), essencial para entender como as células nervosas crescem, se desenvolvem e se regeneram. Essa contribuição abriu novos caminhos no estudo de doenças como Alzheimer, Parkinson e câncer. Em 1986, recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, ao lado do bioquímico Stanley Cohen.
Além de cientista brilhante, Rita foi uma defensora incansável da educação e dos direitos das mulheres. Criou fundações e projetos voltados a jovens, especialmente em regiões vulneráveis da África, e se engajou em causas ambientais e pacifistas. Foi a primeira mulher a tornar-se membro vitalício da Academia Pontifícia de Ciências e, em 2001, foi nomeada senadora vitalícia da Itália, cargo que exerceu com firmeza até os últimos anos de vida.
Rita Levi-Montalcini faleceu em 30 de dezembro de 2012, aos 103 anos, em Roma, sendo lembrada como uma das maiores neurocientistas e pioneiras do século XX — uma mulher que transformou obstáculos em conquistas e deixou um legado eterno para a ciência e para a humanidade.
Até a próxima História!
Referências:
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https://www.nobelprize.org/stories/women-who-changed-science/rita-levi-montalcini/
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https://www.biografiasyvidas.com/biografia/l/levi_montalcini.htm
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Women in Science: 50 fearless pioneers who changed the world – Rachel Ignotofsky (2016)